MÁQUINAS STEAMER, COMO SURGIRAM

por Carlos A. Machado (Capitão Escarlate)

O conhecimento do passado ajuda a compreender o presente e a prever o futuro”.

Steam significa vapor e tem tudo a ver com as máquinas a vapor do final do século XVIII e princípio do XIX. Na verdade, a idéia do steam surgiu no primeiro século (I a.C.) através do instrumento Spiritália, inventado por Heron de Alexandria. É considerado o primeiro motor steam documentado. Sua função principal era o de aproveitar a pressão do vapor para movimentar um corpo.

Esta máquina era constituída por uma eolípila girante, com a forma de uma esfera oca, da qual saíam dois tubos diametralmente opostos e encurvados, como num torniquete hidráulico (veja figura). A esfera rodava em torno de um eixo horizontal, cuja direção passava pelo seu centro.

Infelizmente, como muitos outros aparelhos que surgiram naquele tempo e depois, foi considerado apenas como entretenimento, meros instrumentos de recreação. Seu reconhecimento só veio a revelia há pouco tempo. Apesar desse fato o Spiritália viria a ser o precursor das gigantescas máquinas construídas no futuro e que desempenhariam um papel singular para a humanidade na evolução tecnológica.

Aqui já temos inspiração para escritores steam. Tudo o que Heron de Alexandria necessitava era dominar esta energia rotativa e ele teria inventado o motor a vapor. Porém o motor steam teve que ser re-inventado quase dois mil anos após. Deixamos para as mentes especulativas dos escritores de ficção científica que rumos a história poderia ter tomado se o invento tivesse sido reconhecido quando pensado pela primeira vez.

Visto esta pequena introdução, agora podemos falar um pouco sobre outro cidadão, um inglês que foi ferreiro e mecânico. Seu nome, Thomas Newcomen (1663-1729). Ele é considerado o pai da máquina a vapor, ou o pai do steamer. Tudo re-começou quando em 1712, o chamaram para um trabalho em Staffordshire, na Grã-Bretanha para retirar água acumulada em minas de carvão. O dito popular “a necessidade é mãe da invenção” veio a tona, pois para o sucesso dessa empreitada, inventou a primeira máquina vapor. Ainda não era perfeita tinha seus problemas que viriam a ser resolvidos 53 anos no futuro.

Eis que em 1765 outro mecânico escocês, James Watt, aperfeiçoou o modelo que Newcomen havia inventado. Ele havia sido consultado para arrumar uma das antigas máquinas steam que estragara. Percebendo como funcionava a engenhoca, aproveitou a oportunidade e criou um regulador que controlava a saída do vapor, que até então não existia.

Watt desenvolveu um novo tipo de máquina steam na qual o vapor era libertado para a atmosfera através da abertura de uma válvula, evitando as desvantagens da condensação do vapor por ação de um jato de água fria como era feito até então. A abertura e fecho da válvula de escape era feita através de um complexo sistema de engrenagens e veios de transmissão, comandados por um eixo que se movia solidariamente com o êmbolo. Para isso, ele desenvolveu diversos mecanismos de válvulas, instalados numa caixa de distribuição que permitia que o vapor escapasse alternadamente de cada um dos setores definidos pelo êmbolo no interior do cilindro. Dois pêndulos cônicos, constituídos por duas esferas (veja foto) que se moviam numa trajetória circular num plano horizontal, eram utilizados para acionar uma segunda válvula no sistema de escape da máquina, permitindo regular o fluxo de vapor e, deste modo, a velocidade da máquina. Este mecanismo é conhecido por regulador de Watt, em homenagem ao seu inventor.

O sucesso da aprovação de seu equipamento foi tanto que recebia inúmeras cartas de empresários interessados em adquirir a sua nova máquina. Pediam inclusive que a adaptassem para enrolar cordas e fiar algodão. Em 1810 mais de 500 máquinas de Watt estavam em plena atividade. No Período de uma geração as máquinas steans passaram a acionar navios, dragas, serrarias, cerâmicas, drenagens e todo tipo de indústria então existente.

A partir de então as máquinas steam deflagraram a Revolução Industrial que serviram de base para a mecanização de toda a indústria mundial. Anos depois, em 1814, outro inglês George Stephenson aperfeiçoou ainda mais a idéia do steam e inventou a primeira locomotiva a vapor. Sem dúvida, foi uma revolução nos transportes da época.

Modernas Máquinas Steam – Reatores Nucleares

No princípio do século XX também surgiram as turbinas a vapor, ou turbinas steam. São enormes máquinas de combustão externa, onde os gases resultantes da queima do combustível não entram em contato com o fluído de trabalho que escoa no interior da máquina, que realiza os processos de conversão da energia do combustível em potência de eixo (veja foto). Devido a este fato, são mais flexíveis com relação ao combustível a ser utilizado, podendo usar inclusive aqueles que produzem resíduos sólidos (cinzas) durante a queima. Como as turbinas steam são máquinas de combustão externa, o calor (necessário para a ebulição do condensado e para evitar o superaquecimento posterior), deve ser transferido dos produtos de combustão ao fluído de trabalho através das serpentinas no interior da caldeira.      Turbina à vapor Curtis (1905)

Nem todos se recordam, mas embora a invenção do motor de combustão interna no final do século XIX parecesse ter tornado obsoleta a máquina steam, ela ainda hoje é muito utilizada nos reatores nucleares e nas usinas termoelétricas que servem para produzir energia elétrica. Também existem pequenos modelos sendo comercializados pela internet e que podem ser utilizados para acionar equipamentos caseiros como serras automáticas, furadeiras, etc.

Como foi o desenvolvimento da máquina steamer no Brasil

Durante o segundo reinado em nosso país existiu um empresário banqueiro e político que independente de suas ideologias políticas da época que nadavam contra a maré vigente, representa o espírito do verdadeiro steamer apaixonado pela tecnologia a vapor.

Irineu Evangelista de Sousa que nasceu em Nossa Senhora da Conceição do Arroio Grande, à época distrito do município de Jaguarão na época então Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, atual estado do Rio Grande do Sul, em 28 de dezembro de 1813, pode ser considerado um homem de visão e por conta disso um verdadeiro amante da temática SteamPunk. Inclusive Julio Verne, outro steamer de visão, chegou a citá-lo em uma de suas obras. Seu apreço pela tecnologia a vapor no princípio do século 19, iniciou-se quando ainda era jovem. Seu tio Manuel José de Carvalho o adotou depois que a viúva, a Sra. Mariana de Jesus Batista de Carvalho casou-se pela segunda vez, visto que tinha perdido seu pai João Evangelista de Ávila e Sousa com 5 anos, que fora vítima de um tiro que levou ao enfrentar ladrões de gado. Residiu no interior de São Paulo em um internato, onde recebeu suas primeiras letras. Com nove anos de idade outro tio José Batista de Carvalho, que era comandante da Marinha Mercante brasileira o levou em suas viagens e depois permaneceu no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Com 11 anos foi trabalhar como balconista e contínuo em uma loja de tecidos carioca onde recebia moradia e comida em troca de seu trabalho. Trabalhava com um comerciante português chamado Antonio Pereira de Almeida onde, com o tempo, se tornou seu guarda-livros. Com 17 anos agora em 1830, foi trabalhar em uma firma importadora que pertencia ao escocês Ricardo Carruthers, onde teve a oportunidade de aprender o inglês, a contabilidade e a arte de comerciar. Seis anos após, agora com 23 anos, tornou-se gerente da importadora e em seguida sócio da firma. Em 1845 seu sócio retornou a Escócia deixando-o sozinho. Irineu tomou

a frente um audacioso empreendimento e ao mesmo tempo auxiliou conterrâneos envolvidos na Revolução Farroupilha a escapar de prisões. Construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, onde iniciou-se a indústria naval brasileira.

Por conta dessa empreitada, aos 27 anos viajou até a Inglaterra, o país mais rico do mundo naquele período. Já era 1840 e após conhecer fábricas modernas, fundições de ferro e muitos outros empreendimentos comerciais convenceu-se que o Brasil deveria evoluir e entrar na era da industrialização. No retorno a seu país natal, agora com 32 anos, resolve tornar-se um industrial.

De volta ao Brasil, resolve tornar-se industrial.

Quando visitou uma das fundições inglesas Irineu escreve: “Era precisamente o que eu contemplava como uma das necessidades primárias para ver aparecer a indústria propriamente dita no meu país… é a indústria que manipula o ferro, sendo a mãe das outras, que me parece o alicerce”.

Agora casado em 1841 e com 12 filhos, naturalmente, estava rico aos 40 anos pois não parou de investir na indústria pesada (transformou uma fundição em estaleiro de navios, construiu estradas de ferro). Por conta de seus investimentos na fabricação de ferro, sinos de todos os tipos, pregos e caldeiras para máquinas a vapor e navios a vapor, principal veículo de transporte de carga e pessoas da época em menos de dez anos possuía setecentos operários imigrantes.

Sem sossego fundou uma Companhia de Iluminação a Gás no Rio de Janeiro, companhias de navegação e de bondes puxados por burros. Construiu muitas estradas de ferro em toda região Sudeste e Nordeste do Brasil. A estrada de ferro que Recife ao São Francisco construída por sua empresa, foi considerada a segunda do Brasil.

Barão de Mauá – verdadeiro espírito steamer

Chegou a instalar mais 17 empresas em seis países. O Barão foi sem dúvida nenhuma o precursor de multinacionais, da globalização e do Mercosul, sendo que no Brasil seus negócios se espalhavam de ponta a ponta, do Iapó ao Chuí.

Sua diversificação o destacava entre outros empresários brasileiros. Quase como um toque de Midas, tudo que fosse moderno no Brasil tinha suas mãos. Como financista ainda possuía bancos, empresas de comércio exterior, mineradoras, usinas de gás, fazendas de gado e sócios de grande poder em praticamente toda a Europa.

Seus problemas possivelmente tiveram inicio quando tomou partido e forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando em 1850, o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata. Da Ponta da Areia saíram Os navios que saíram para as lutas contra Oribe, Rosas e Lopes foram financiados pelo empresário Irineu. Foi justamente nesse período que começou a dividir-se entre ser empresário e banqueiro. Seu banco o Banco Mauá, MacGregor & Cia, possuía filiais em várias capitais brasileiras, em Londres, Paris e Nova Iorque. Graças ao steamer Mauá existiu iluminação a gás da cidade do Rio de Janeiro em 1851, a existência da primeira estrada de ferro, da Raiz da Serra à cidade de Petrópolis RJ construída em 1854, quando finalmente recebeu o titulo de nobreza de Barão. Em 1857 seu estaleiro foi vítima de incêndio criminoso mas foi reconstruído três anos mais tarde. Em 1871 investiu na Estrada de Ferro do Paraná. Também ingressou na carreira política e foi deputado estadual pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas acabou renunciando ao mandato em 1873 para cuidar de seus negócios, que vinham sendo ameaçados desde a crise bancária de 1864. Também realizou o assentamento do cabo submarino em 1874, que certamente o ajudou a receber o titulo de Visconde de grandeza de Mauá o que o fez realizar ainda muitas outras obras e  iniciativas.

O maior problema do Visconde de Mauá agora era seu opositor não declarado, mas muito conhecido o Imperador D. Pedro II que não suportava a idéia de um capitalista tão poderoso que ideologicamente não combinava com a política do Império que ainda dotava o regime escravocrata e latifundiário, portanto, que não valorizava as máquinas que vinham com a era da industrialização. A economia estava na mão do estado e assim deveria continuar”. Dessa forma, começa uma perseguição implacável, os políticos partidários do imperador dificultavam como podem os projetos do Visconde de Mauá, até ao ponto de torná-los impossíveis. A lei de 1860 isentou de direitos a entrada de navios construídos fora do país. Isso conduziu a empresa do visconde a falência. Depois de muita perseguição em 1875, é obrigado a pedir moratória que perdurou 3 anos em demanda judicial, derradeiro capítulo da biografia de grande empreendedor. Agora com diabete, para cobrir suas contas vende tudo o que possuía a capitalistas estrangeiros, 115 mil contos de réis – cerca de 60 milhões de dólares, o que cobriu todas as suas dívidas e limpou seu nome. Ainda dedicou-se  à corretagem de café até vir a falecer em sua residência, na cidade de Petrópolis na então província do Rio de Janeiro aos 76 anos de idade, em 1 de outubro de 1889, poucas semanas antes da queda do Império.

Podemos apenas imaginar em nossas mentes que se o Visconde de Mauá não fosse perseguido por D. Pedro II e seus políticos sem visão, possivelmente teria levado o país a outros rincões do desenvolvimento. Talvez, o Brasil fosse hoje, um país de primeiro mundo usando máquinas a vapor bem ao estilo steampunk que tanto apreciamos, ou talvez estivesse em situação mais rapidamente degradante com um diferencial social mais pungente, mas isso…fica apenas para a imaginação de escritores especuladores de ficção científica que apreciam o gênero dos universos alternativos SteamPunk.

Uma coisa e certa, o Visconde de Mauá foi um homem fora do seu tempo e com todas as características de um apreciador steamer.

No Paraná tivemos vários modelos de máquina a vapor.

O veio ferroviário demorou a se desenvolver no Paraná. Apenas na década de 40 por conta da fábrica de cimento Votorantim as estradas de ferro tomaram algum rumo. Além das Maria Fumaças que atuaram e ainda atuam em nosso estado, na cidade de Guarapuava, quase no meio do estado, encontramos em fotografia um modelo de caminhão steam que era usado para transporte de madeira.

Uma antiga máquina steamer está exposta em Londrina, na Praça do Centenário da migração Japonesa Tomi Nakagawa. Era uma locomotiva de manobras fabricada na Bélgica em 1905, adquirida pela Compagnie Genérale de Chemins de Fer Brésiliens/Estrada de Ferro do Paraná.

Pintada nos dois lados da locomotiva, a logomarca da extinta Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, que possui uma engrenagem e asas, símbolos steam.

Um pouco mais a oeste ainda no interior do estado, existe na entrada da cidade de Sarandi um trator que era movido a vapor. Pena que esteja exposto ao tempo.

Em 1915 foi criado o Lloyd Paranaense, que utilizava os barcos a vapor no transportede mercadorias – principalmente madeira e erva-mate – pelo Rio Iguaçu.

Dentro do museu de ciências do parque de Ciências Newton Freire Maia em Quatro Barras, próximo a Curitiba, existe uma enorme caldeira ligada a uma máquina steam que gerava energia elétrica através de um gerador adaptado.

A máquina a vapor foi sem dúvida uma das invenções que maior influência exerceu no desenvolvimento industrial e na civilização e o Brasil, graças aos auspícios do Visconde de Mauá fez parte desta história.

Referencial Bibliográfico:

  1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Irineu_Evangelista_de_Sousa
  2. http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Barra_Escolha/B_ViscondeDeMaua.htm
  3. CALDEIRA, Jorge. Mauá: empresário do Império. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 557p. il. ISBN 85-7164-436-5
  4. FARIA, Alberto de. Mauá: Irineu Evangelista de Souza, barão e visconde de Mauá (1813–1889). Rio de Janeiro: Paulo Pongetti & Cia., 1926. 608p. il.
  5. MAUÁ, Irineu Evangelista de Souza, Visconde de, 1813–1889. Exposição aos credores e ao público (1878). Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2001. ISBN 85-208-0293-1
  6. SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 664p. il. ISBN 85-7164-837-9
  7. I Centenário das Ferrovias Brasileiras, IBGE, 1954
  8. http://www.demec.ufmg.br/port/d_online/diario/Ema078/historia%20do%20motor%20a%20vapor.pdf
  9. http://pt.wikipedia.org/wiki/Eol%C3%ADpila

10. http://pt.wikipedia.org/wiki/Máquina_a_vapor

11. http://ferroviasdobrasil.blogspot.com/2008/10/locomotiva-vapor-londrina-pr.html

Fotos e gravuras:

http://www.arroiogrande.com/baraodemaua_03.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Máquina_a_vapor

Litorina de Luxo:

http://www.bwtoperadora.com.br/pacotes.php?cod_pacote=79&cat=1

Litorina de luxo:

http://www.youtube.com/watch?v=Mn0aLn4aDSY&feature=player_embedded

A paixão pelo SteamPunk vem crescendo a olhos vistos. Muitos se interessam pela estética, outros pela literatura e outros ainda pelos maquinários steam. São tantos sites e vídeos no youtube que selecionamos alguns para que o steamleitor possa se familizar com o estilo:

Assista vídeos interessantes:

Trator Steam:

http://www.youtube.com/watch?v=rd_CAvruEIg&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=9KypwZsH2_M&feature=related

Bicicleta motorizada steam:

http://www.youtube.com/watch?v=KjtfWwoq3BE

http://www.youtube.com/watch?v=KvYFK8PPsu0&feature=related

Moto Steam:

http://www.youtube.com/watch?v=9KypwZsH2_M&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=IRj2G1_N0ec&feature=related

Automóveis Steam:

http://www.youtube.com/watch?v=lTxOhWM3mBo&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=UIwx0g-7jhU&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=K_8NYWNCNhw&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=LC8R82asiWs

http://www.youtube.com/watch?v=9OwRX4HOc0E&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=fcZG6-A8hXE&feature=related

Brinquedos Steam:

http://www.youtube.com/watch?v=BKG1vLMDcAY

http://www.youtube.com/watch?v=9Bk3TNH2tgU&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=PabhLUkX-Os&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=nHPtvbuu1PQ&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=tmwbq-C7rx8&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=uXdOr1UNS4A&feature=fvsr

Vários steam:

http://www.youtube.com/watch?v=XdHYGT8XXeI&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=UPEv_M7p4fA

http://www.youtube.com/watch?v=y3kG3QrKLtk&NR=1&feature=fvwp

Aeroplano Steam de 1933:

http://www.youtube.com/watch?v=nw6NFmcnW-8&feature=related

Maria Fumaça Steam atual (2007) feita pela Union Pacific:

http://www.youtube.com/watch?v=fKFXjldCXsY&feature=fvsr